quarta-feira, junho 06, 2007

A Lua...

Um dia caminhava sem destino.
Quase sem perceber, leve e silenciosa chegaste a meu lado.
Tempos passaram, até que pudesse olhar, falar, até pensar…
Olhos beijaram-me e a boca falou sem que ouvisse.

A pele era perfumada enquanto gotas de água desciam devagar num peito já ofegante. Devo ter perdido os sentidos por séculos e ao voltar a mim, vi sorrindo que não sonhava.
Sem saber porquê, estendi a mão para que te tocasse.
Primeiro leve nos cabelos, que queriam cobrir a face.
Depois roubando ao peito as gotas que rebentavam.

Quando parei era noite e a Lua, deitada sobre uma pequena nuvem, parecia querer falar.
Protegido por ela segui caminho, agora só.
Senti ciúme lá do alto, de quem deseja ser mulher.
Senti perfume nas mãos, de quem me faz sonhar.

Parei de repente, olhei em redor e nada vi!
Só um penhasco altivo e orgulhoso inclinado sobre o mar.
Corri para o vento e já sobre as ondas, gritei sem um único som.
Abracei a Lua e por ela chorei.

Por um momento juro que voei e só então te amei, num segundo breve e gasto.