Um dia caminhava sem destino.
Quase sem perceber, leve e silenciosa chegaste a meu lado.
Tempos passaram, até que pudesse olhar, falar, até pensar…
Olhos beijaram-me e a boca falou sem que ouvisse.
A pele era perfumada enquanto gotas de água desciam devagar num peito já ofegante. Devo ter perdido os sentidos por séculos e ao voltar a mim, vi sorrindo que não sonhava.
Sem saber porquê, estendi a mão para que te tocasse.
Primeiro leve nos cabelos, que queriam cobrir a face.
Depois roubando ao peito as gotas que rebentavam.
Quando parei era noite e a Lua, deitada sobre uma pequena nuvem, parecia querer falar.
Protegido por ela segui caminho, agora só.
Senti ciúme lá do alto, de quem deseja ser mulher.
Senti perfume nas mãos, de quem me faz sonhar.
Parei de repente, olhei em redor e nada vi!
Só um penhasco altivo e orgulhoso inclinado sobre o mar.
Corri para o vento e já sobre as ondas, gritei sem um único som.
Abracei a Lua e por ela chorei.
Por um momento juro que voei e só então te amei, num segundo breve e gasto.
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5 comentários:
posso chorar um bocadinho? ;)
saudades também de ti, querido Amigo.
Lindíssimo senhor West...!!
As coisas que a lua faz! :) que bom voltar a encontar-te... beijo meu
Na brevidade da respiração podemos encontrar certezas, abraços e sorrisos que nos acompanham para sempre!
Bonitas imagens!
:)
Bjs!
Coisas da Lua, sempre misteriosa.
:) estive a ler o duende e agora parei aqui, no tempo em que estive fora, muito escreveste e que bem escreveste! beijinhos
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